sexta-feira, 21 de junho de 2013
sábado, 15 de junho de 2013
Livro Infantil e ilustrações
Olá amigos passei uns dias sem escrever por aqui, pois precisei priorizar outras tarefas esta semana! Mas não pensem que deixei de pensar no blog, nos próximos posts, em novas formas de divulgação...
Deixo-lhes uma singela dica de mãe: Incentivem a leitura dos livros infantis, mesmo que seus filhos ainda não sejam alfabetizados. Lhe parece um paradoxo? Mas não é não, para muitos já é lugar comum, mas para outros não... Você conta uma linda história ao seu filho, mostra-lhe as figuras, à medida que for contando, e logo após, ou mesmo em outro momento, peça-lhe que conte a história ouvida. Ele certamente amará a possibilidade e "lerá" as ilustrações, criará novas personagens, dará novas nuances ao livro e você encantar-se-á com o contador de histórias que tem em casa.
E você tem uma experiência para nos contar? Alguma dica? Sugestão?
Aguardarei seus comentários! E não esqueçam de nos seguir por aqui!
Abaixo um artigo muito interessante sobre o texto e a ilustração! Vale a leitura.
Beijocasss;
Grazi
O LIVRO ILUSTRADO INFANTIL: ESSE POLÊMICO OBJETO
Paula Mastroberti
A idéia de escrever esse artigo me ocorre, é claro e como sempre, a partir das discussões sobre a definição do gênero literário voltado especificamente para o leitor antes definido pelos simples contornos da figura infantil, agora complexificado com a inclusão do perfil adolescente ou juvenil. Além de tentar determiná-lo a partir de uma tipologia destinatária levando em menor consideração a sua forma intrínseca — em geral tanto mais próxima da arte quanto mais se afasta da sua constituição enquanto gênero —, está-se ainda por resolver as questões autorais relativas aos modos de sua produção, ilustrada por regra.
Por volta dos dias que antecedem aos que me ocupei em escrever esse ensaio, saiu, na coluna Gente Boa do Jornal O Globo, a seguinte nota:
[...] os ilustradores, principalmente os de livros infantis, querem rachar o direito autoral com os escritores.
Não aceitam mais um xis pelo trabalho. Pedem um percentual nas vendas, de olho na força do setor e nos grandes lotes comprados pelo governo. (SANTOS, Joaquim Ferreira dos. O Globo, 17 de junho de 2009.)
A nota causou movimentação intensa na correspondência eletrônica interna da Associação de Escritores e de Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil (AEILIJ), da qual faço parte em ambas as categorias, suscitando protestos indignados. Como a Sociedade de Ilustradores do Brasil (SIB), a AEILIJ, manifestou-se oficialmente e através de seus membros, via blogs, jornais online e impressos. Os comentários gotejados nesses espaços se mostraram majoritariamente defensores do ilustrador como autor, cujos direitos deveriam ser os mesmos do escritor, sem onerá-lo ou dividir com ele o percentual sobre o preço de capa (que varia de 8 a 10 por cento conforme cada editora), mas requisitando o mesmo valor ao lado do escritor, ao contrário do que sugere a nota jornalística.
Mas o que tem esse alho a ver com os demais bugalhos? Já explico.
Temo que toda essa confusão se centre justamente nas dificuldades de classificação do livro infantil ilustrado1i: nas instituições acadêmicas voltadas para os estudos literários (incluindo os envolvidos exclusivamente com a Literatura Infanto-Juvenil), as pesquisas se centralizam no discurso verbal, marginalizando a análise das artes às quais ele se apresenta inexoravelmente aliado; os estudos realizados na área de Artes Plásticas, por outro lado, raramente envolvem as artes gráficas ou ilustrativas, consideradas de interesse menor; quando o fazem, se apresentam de modo semelhante aos da área de Letras, ou seja, colocando em foco a linguagem que lhes cabe, desabilitando nesse caso a poética verbal. A área de Comunicação, ao se voltar pra as produções gráficas e culturais dirigidas ao público jovem, mostra-se mais atenciosa ao tipo de análise duplo-discursiva que o livro infanto-juvenil requer, sobretudo quando parte da Semiótica; mas está mais preocupada com seus aspectos comunicativos, ou seja, do livro como objeto de consumo cultural. Na Educação, os estudos privilegiam um ou outro aspecto do livro infantil, porém procurando integrar à análise uma proposta metodológica de ensino de literatura ou de artes.
Após esse panorama um tanto evasivo, reconheço, quero propor uma reavaliação, tanto dos modos de aproximação desse objeto, quanto de sua posição transversa. Digo transversa, porque o livro ilustrado e direcionado às crianças nasce assim, nas entre-prateleiras da estante
cultural, perturbando noções seguras e tradicionais sobre arte e literatura: ele não seduz somente os leitores iniciantes, mas muitas vezes é aos olhos dos pais e educadores que apela em sua função estética; ele não é obra literária strictu sensu, porque seu conteúdo narrativo ou poético verbal é interativo aos sentidos e significados gráficos e sensuais presentes não só nas imagens reproduzidas, mas na matericidade do próprio suporte, aos quais muitas vezes é subserviente; por outro lado, não é um objeto artístico exclusivamente plástico ou gráfico, porque contém um texto com pretensões literárias. O livro ilustrado é, portanto, um objeto híbrido: como tal ele se oferece e como tal deveria ser tratado, para além das teorias da literatura e da arte tradicionais. Para falar dele em termos qualitativos, os estudos deveriam compreender uma análise que incluísse todas as instâncias discursivas nele apresentadas, bem como o efeito híbrido resultante; é claro que isso requer fôlego por parte de seus analistas no sentido de transpor as fronteiras disciplinares onde atuam e trabalharem em âmbito inter-área, entrelaçando as respectivas grades teóricas.
O comportamento do livro infantil ilustrado se assemelha ao do cinema, ou do teatro, ou ainda ao dos quadrinhos: como estes, ele é resultado de um trabalho de equipe, onde o escritor é apenas um dos componentes, quase atuando como um roteirista sobre cujo trabalho se dinamiza e se apóia a seqüência de imagens propostas pelo ilustrador, responsável pelos aspectos visíveis e plásticos de encenação, sob a regência (ou direção) do projetista gráfico. Este, além de organizar a montagem (estabelecendo uma relação sintática entre os discursos), também se encarrega de sua edição (diagramando, redimensionando ou recortando texto e imagens, entre outros). Às vezes, o ilustrador assume também essa função; às vezes, sua função é tripla, porque ele também escreve. Mais raramente veremos um escritor que elabore o projeto gráfico de uma obra sua a ser publicada. Nos quadrinhos, o trabalho em equipe é aceito e creditado sem discussão, porque é um produto que se assume como resultado de um esforço coletivo originário da indústria cultural; parece-me que, no que concerne o livro ilustrado infantil, as editoras e o sistema literário, na ânsia de inseri-lo na alta cultura, preferem obliterar sua poli-autoralidade, sua poli-discursividade; a primeira complicaria sua inserção no sistema que pretende conferir-lhe o status de obra autoral, a segunda, como já vimos, complica bastante não apenas a sua classificação em termos de gênero, como também em termos de espécie; a primeira implica reconhecer os direitos em separado de cada voz que fala (visual, gráfica e verbal); a segunda, em ampliar a noção de texto como algo para além da palavra escrita, o que por sua vez implicaria numa reavaliação do próprio sistema literário e da definição de literatura como campo onde se explora artísticamente e com exclusividade a linguagem escrita — privilegiando, assim, o autor-escritor.
Cabe aqui esclarecer que mesmo esse objeto híbrido tem lá suas gradações, o que dificulta sua classificação: há obras infantis onde a imagem é tudo, o verbo é quase nada — uma frase aqui, outra ali, pontuando as ilustrações que conduzem a história ou a poesia ao longo das páginas; há outras em que texto e imagem se apresentam tão imbricados que fica difícil determinar até mesmo suas fronteiras semióticas (como é o caso da história em quadrinhos, a qual o livro infantil muitas vezes se aparenta, se não no formato, na integração entre discursos). Não cabe aqui falar dos livros de imagens, um caso explícito de invasão das linguagens visuais num suporte normalmente destinado a transportar escrituras. Pode-se ainda estabelecer um outro eixo analítico, se quisermos levar agora em consideração o seu destinatário: um texto com evidentes intenções infantis pode ser rejeitado em virtude de ilustrações demasiado complexas; o contrário também é válido, quando observamos o lançamento de publicações de textos classificados como literatura adulta imbricados à uma roupagem gráfico-visual de características infantis (seria interessante, mas não terei espaço aqui para definir o que constituiria essa adequação das artes visuais à percepção infante, se ela existe ou se ela é possível).
Em caso de um trabalho de equipe bem equilibrado, quando, ao interagirmos com esse objeto, nossa capacidade interpretativa não consegue prescindir nem das informações conjuradas pela inter-relação entre os discursos, nem do efeito estésico único resultante, fica claro que o livro infantil ilustrado transgride o conceito tradicional de literatura. Também se justifica, para mim, a equalização dos direitos autorais para escritores e ilustradores, estendido à
i Tratarei por livro infantil ilustrado todo o produto editorial que, ao assumir o formato-livro, o faça dirigindo-se explicitamente à criança ou jovem, da primeira à segunda infância, incluindo a pubescência, sem utilizar de outros artifícios que não sejam ilustrações (coloridas ou em preto e branco), impressas junto a um texto literário (poesia ou prosa). Embora o livro juvenil propriamente dito também possa se apresentar ilustrado, isso não o caracteriza necessariamente. Há uma enormidade de livros juvenis, ou lidos pelo público juvenil (da pubescência à puberdade) cujo aspecto gráfico se assemelha ao dirigido ao público adulto. Excluo também aqueles livros ilustrados que suportam textos literários cujo conteúdo poético-significativo seja auto-suficiente, ou seja, que possa ser apreciado sem o recurso de ilustrações; produtos culturais que, apesar de se assemelharem a livros ilustrados infantis, não apresentam conteúdo literário poético ou narrativo, mas comportam-se mais como brinquedos e, por fim, os livros de imagem
valorização do projetista gráfico ou designer de livros, ao qual se deve, muitas vezes, o mérito por um discurso híbrido bem sucedido.
Por fim, para amarrar possíveis frases soltas: o livro ilustrado infantil, tal como aqui configurado, não é apenas um produto literário, mas um produto artístico cultural com qualidades específicas, tanto do ponto de vista comunicativo quanto estético; para ser analisado em toda sua riqueza e complexidade, deve-se conjurar uma rede de teorias que envolvam as áreas da literatura, da semiótica, das artes plásticas e gráficas; em sua inserção em contexto sociocultural, ele deve garantir não só uma qualidade própria advinda de sua hibridização, mas a igualdade no tratamento de suas vozes autorais por parte do sistema cultural, seus representantes, instituições e produtores editoriais.
quinta-feira, 6 de junho de 2013
A Maior Flor do Mundo | José Saramago
Uma das mais lindas e singelas histórias! Saramago sempre apaixonante... A criança que sempre morará em mim amou e emocionou-se com tanta doçura e sensibilidade! Muito obrigada, meu sempre amado, Saramago!
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Os Saltimbancos
Oi amigos, tudo bem? Vocês já conhecem os Saltimbancos? Já pensaram na riqueza de formas com que podemos apresentar este texto às crianças.
Deixo-lhes uma pequena amostra com informações, e amanhã conversaremos mais sobre o assunto!Os Saltimbancos – A História
Baseado no conto “Os músicos de Bremem” dos Irmãos Grimm, a montagem de Sergio Bardotti e Luiz Enriquez teve a versão em português de Chico Buarque, o espetáculo teve uma montagem magnifica e histórica no teatro Canecão, no Rio de Janeiro em 1977 e teve como elenco de estréia Marieta Severo (a gata), Miúcha (a galinha), Pedro Paulo Rangel (o cachorro) e Grande Otelo (o burro). Outra montagem ocorreu em 92, também com grande sucesso, com Nizo Neto (O Jumento), Maria Lúcia Priolli (A Gata), Ruben Gabira (O Cachorro) e Suely Franco (Depois Andréa Veiga) (A Galinha).
Essa obra originou ainda dois discos. Um lançado em 1977, com participações de Nara Leão, Miúcha, MPB-4 e outro em 94, com o elenco de 92.
Em 1981, Os Trapalhões lançaram também sua versão, Os Saltimbancos Trapalhões.
OS MÚSICOS DE BREMEM
Nesta história, um burro, um cão, um gato e um galo, maltratados pelos seus donos, abandonam-nos e decidem ir para Bremen, uma cidade onde conhecerão a liberdade.Esta fábula tem um significado óbvio: os quatro animais representam as diferentes classes do povo; os seus donos os regentes feudais desse tempo. Bremen, uma cidade livre onde não existia feudalismo, era o local natural para se viver sem amos.
Bremen recorda esta história através de uma estátua de bronze de dois metros de altura ao lado da Câmara Municipal (Rathaus).
Fonte principal: Wikipedia
sábado, 1 de junho de 2013
Um poeminha sobre a diversidade!
Tenham um ótimo domingo em família, e aproveitem para dedicar um pouco do seu tempo à literatura com seus filhos!
Um poema apaixonante da Tatiana Belinsk
Diversidade
Um é feioso,
Outro é bonito
Um é certinho
Outro, esquisito
Um é magrelo
Outro é e gordinho
Um é castanho
Outro é ruivinho
Um é tranqüilo
Outro é nervoso
Um é birrento
Outro dengoso
Um é ligeiro
Outro é mais lento
Um é branquelo
Outro sardento
Um é preguiçoso
Outro ,animado
Um é falante
Outro é calado
Um é molenga
Outro forçudo
Um é gaiato
Outro é sisudo
Um é moroso
Outro esperto
Um é fechado
Outro é aberto
Um carrancudo
Outro ,tristonho
Um divertido
Outro, enfadonho
Um é enfezado
Outro é pacato
Um é briguento
Outro é cordato
De pele clara
De pele escura
Um ,fala branda
O outro, dura
Olho redondo
Olho puxado
Nariz pontudo
Ou arrebitado
Cabelo crespo
Cabelo liso
Dente de leite
Dente de siso
Um é menino
Outro é menina
(Pode ser grande ou pequenina)
Um é bem jovem
Outro, de idade
Nada é defeito
Nem qualidade
Tudo é humano,
Bem diferente
Assim, assado todos são gente
Cada um na sua
E não faz mal
Di-ver-si-da-de
É que é legal
Vamos, venhamos
Isto é um fato:
Tudo igualzinho
Ai ,como é chato!
Tatiana Belinky
Ainda Marcelo, Marmelo, Martelo, de Ruth Rocha
Gente vou postar pra vocês o lívro na íntegra, para que dessa forma, todos possam ter acesso ao livro, mas eu sempre recomendo que tentem adquirí-lo, um livro editado, com suas lindas ilustrações, e seu cheirinho de "livro", tem seu valor, e este é inestimável!
Copyright © 1976, Ruth Rocha
Capa e ilustrações: Adalberto Cornavaca
Marcelo,
marmelo, martelo
Marcelo vivia fazendo perguntas a todo mundo:
— Papai, por que é que a chuva cai?
— Mamãe, por que é que o mar não derrama?
— Vovó, por que é que o cachorro tem quatro pernas?
As pessoas grandes às vezes respondiam.
Às vezes, não sabiam como responder.
— Ah, Marcelo, sei lá...
Uma vez, Marcelo cismou com o nome das coisas:
— Mamãe, por que é que eu me chamo Marcelo?
— Ora, Marcelo foi o nome que eu e seu pai escolhemos.
— E por que é que não escolheram martelo?
— Ah, meu filho, martelo não é nome de gente! É nome de
ferramenta...
— Por que é que não escolheram marmelo?
— Porque marmelo é nome de fruta, menino!
— E a fruta não podia chamar Marcelo, e eu chamar marmelo?
No dia seguinte, lá vinha ele outra vez:
— Papai, por que é que mesa chama mesa?
— Ah, Marcelo, vem do latim.
— Puxa, papai, do latim? E latim é língua de cachorro?
— Não, Marcelo, latim é uma língua muito antiga.
— E por que é que esse tal de latim não botou na mesa nome de
cadeira, na cadeira nome de parede, e na parede nome de
bacalhau?
— Ai, meu Deus, este menino me deixa louco!
Daí a alguns dias, Marcelo estava jogando futebol com o pai:
— Sabe, papai, eu acho que o tal de latim botou nome errado nas
coisas. Por exemplo: por que é que bola chama bola?
— Não sei, Marcelo, acho que bola lembra uma coisa redonda,
não lembra?
— Lembra, sim, mas... e bolo?
— Bolo também é redondo, não é?
— Ah, essa não! Mamãe vive fazendo bolo quadrado...
O pai de Marcelo ficou atrapalhado.
E Marcelo continuou pensando:
"Pois é, está tudo errado! Bola é bola, porque é redonda. Mas bolo
nem sempre é redondo. E por que será que a bola não é a mulher
do bolo? E bule? E belo? E bala? Eu acho que as coisas deviam
ter nome mais apropriado. Cadeira, por exemplo. Devia chamar
sentador, não cadeira, que não quer dizer nada. E travesseiro?
Devia chamar cabeceiro, lógico! Também, agora, eu só vou falar
assim".
Logo de manhã, Marcelo começou a falar sua nova língua:
— Mamãe, quer me passar o mexedor?
— Mexedor? Que é isso?
— Mexedorzinho, de mexer café.
— Ah... colherinha, você quer dizer.
— Papai, me dá o suco de vaca?
— Que é isso, menino!
— Suco de vaca, ora! Que está no suco-da-vaqueira.
— Isso é leite, Marcelo. Quem é que entende este menino?
O pai de Marcelo resolveu conversar com ele:
— Marcelo, todas as coisas têm um nome. E todo mundo tem que
chamar pelo mesmo nome porque, senão, ninguém se entende...
— Não acho, papai. Por que é que eu não posso inventar o nome
das coisas?
— Deixe de dizer bobagens, menino! Que coisa mais feia!
— Está vendo como você entendeu, papai? Como é que você sabe
que eu disse um nome feio?
O pai de Marcelo suspirou:
— Vá brincar, filho, tenho muito que fazer...
Mas Marcelo continuava não entendendo a história dos nomes. E
resolveu continuar a falar, à sua moda. Chegava em casa e dizia:
— Bom solário pra todos...
O pai e a mãe de Marcelo se olhavam e não diziam nada. E
Marcelo continuava inventando:
— Sabem o que eu vi na rua? Um puxadeiro puxando uma
carregadeira. Depois, o puxadeiro fugiu e o possuidor ficou
danado.
A mãe de Marcelo já estava ficando preocupada. Conversou com
o pai:
— Sabe, João, eu estou muito preocupada com o Marcelo, com
essa mania de inventar nomes para as coisas... Você já pensou,
quando começarem as aulas? Esse menino vai dar trabalho...
— Que nada, Laura! Isso é uma fase que passa. Coisa de criança...
Mas estava custando a passar... Quando vinham visitas, era um
caso sério. Marcelo só cumprimentava dizendo:
— Bom solário, bom lunário... — que era como ele chamava o
dia e a noite.
E os pais de Marcelo morriam de vergonha das visitas.
Até que um dia...
O cachorro do Marcelo, o Godofredo, tinha uma linda casinha de
madeira que Seu João tinha feito para ele. E Marcelo só chamava
a casinha de moradeira, e o cachorro de Latildo.
E aconteceu que a casa do Godofredo pegou fogo. Alguém jogou
uma ponta de cigarro pela grade, e foi aquele desastre!
Marcelo entrou em casa correndo:
— Papai, papai, embrasou a moradeira do Latildo!
— O quê, menino? Não estou entendendo nada!
— A moradeira, papai, embrasou...
— Eu não sei o que é isso, Marcelo. Fala direito!
— Embrasou tudo, papai, está uma branqueira danada!
Seu João percebia a aflição do filho, mas não entendia nada...
Quando Seu João chegou a entender do que Marcelo estava
falando, já era tarde.
A casinha estava toda queimada. Era um montão de brasas.
O Godofredo gania baixinho...
E Marcelo, desapontadíssimo, disse para o pai:
— Gente grande não entende nada de nada, mesmo!
Então a mãe do Marcelo olhou pro pai do Marcelo.
E o pai do Marcelo olhou pra mãe do Marcelo.
E o pai do Marcelo falou:
— Não fique triste, meu filho. A gente faz uma moradeira nova
pro Latildo.
E a mãe do Marcelo disse:
— É sim! Toda branquinha, com a entradeira na frente e um
cobridor bem vermelhinho...
E agora, naquela família, todo mundo se entende muito bem.
O pai e a mãe do Marcelo não aprenderam a falar como ele, mas
fazem força pra entender o que ele fala.
E nem estão se incomodando com o que as visitas pensam...
Você gostou do fim da história?
Se você fosse o autor,
como é que você gostaria
que a história acabasse?
Por que é que você não escreve
a história de um menino,
ou de uma menina,
que também inventou
um jeito diferente de falar?
Depois, mostre sua história
à sua professora.
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Marcelo, Marmelo, Martelo, de Ruth Rocha (Um clássico)
Esta é uma histórinha maravilhosa, eu já amava quando era criança e hoje meus filhos já aprenderam a amá-la também!
Eu super recomendo: Assistam a esta contação e não deixem de ler o livro. Este é um clássico de nossa literatura infantil.
Beijocas;
Grazi
Literatura de Cordel para crianças
Fonte: Letra Pequena letrapequenaonline.blogspot.com
Contando a História dos Números
A história desse cordel
Faz tempo que começou
Há muitos e muitos anos
Quando o povo precisou
Contar o que possuía
Pra saber o seu valor
(…)
O pessoal que bolou
Os algarismos que usamos
Foram os povos hindus
Já faz mais de 2000 anos
Que esses números surgiram
E ainda hoje aplicamos
(…)
Esta história que contei
E que brincamos de fato
Entrou na perna do pinto
Saiu na perna do pato
Quem quiser ler mais história
Agora que conte quatro
Pode ler-se um pouco mais aqui.
Brinquedos Populares
Todas as crianças gostam
De um brinquedo ganhar
Sozinha ou acompanhada
De alguém para poder brincar
Brincando se desenvolvem
Não veem o tempo passar
Todas as crianças gostam
De um brinquedo ganhar
Sozinha ou acompanhada
De alguém para poder brincar
Brincando se desenvolvem
Não veem o tempo passar
Mas antes de fabricarem
Esses brinquedos que a gente
Compra quando vai à loja
Pra dar a alguém de presente
Existiam outros brinquedos
Usados antigamente
Eram os brinquedos feitos
Pelas mãos de um artesão
Que usava materiais
Para a sua construção
Sucata de todo tipo
Lata, papel, papelão
(...)
A autora de ambos os livrinhos é Ana Raquel Campos. As imagens das capas são reproduções de xilogravuras
Outro poema de Cordel muito bacana:
Livros de cordel... infantil
Fonte: Letra Pequena letrapequenaonline.blogspot.com
Contando a História dos Números
A história desse cordel
Faz tempo que começou
Há muitos e muitos anos
Quando o povo precisou
Contar o que possuía
Pra saber o seu valor
(…)
O pessoal que bolou
Os algarismos que usamos
Foram os povos hindus
Já faz mais de 2000 anos
Que esses números surgiram
E ainda hoje aplicamos
(…)
Esta história que contei
E que brincamos de fato
Entrou na perna do pinto
Saiu na perna do pato
Quem quiser ler mais história
Agora que conte quatro
Pode ler-se um pouco mais aqui.
Brinquedos Populares
Todas as crianças gostam
De um brinquedo ganhar
Sozinha ou acompanhada
De alguém para poder brincar
Brincando se desenvolvem
Não veem o tempo passar
Todas as crianças gostam
De um brinquedo ganhar
Sozinha ou acompanhada
De alguém para poder brincar
Brincando se desenvolvem
Não veem o tempo passar
Mas antes de fabricarem
Esses brinquedos que a gente
Compra quando vai à loja
Pra dar a alguém de presente
Existiam outros brinquedos
Usados antigamente
Eram os brinquedos feitos
Pelas mãos de um artesão
Que usava materiais
Para a sua construção
Sucata de todo tipo
Lata, papel, papelão
(...)
A autora de ambos os livrinhos é Ana Raquel Campos. As imagens das capas são reproduções de xilogravuras
E pra você papai, mamãe ou professor, que não conhece muito sobre literatura de Cordel: Algumas informações sobre sua história:
A Trajetória do Cordel no Brasil
Por: Marco Haurélio
Por: Marco Haurélio
A literatura de cordel que imperou no Nordeste, em fins do século XIX até o terceiro quartel do século XX, é, em linhas gerais, a poesia popular impressa e herdeira do romanceiro tradicional, da literatura oral (em especial dos contos populares, com predominância dos contos de encantamento). O cordel é um dos galhos da árvore da poesia popular, como o repente também o é. Mas cordel e repente não são a mesma coisa, pois, à medida que a árvore cresce, os galhos vão se distanciando, embora estejam unidos pela origem comum.
Grandes repentistas se aventuraram pelas sendas do cordelismo, a começar por Silvino Pirauá de Lima (1848-1913), um dos pioneiros da literatura popular, autor dos clássicos O Capitão do Navio e Zezinho e Mariquinha. Outros poetas que transitaram por ambas as sendas foram José Galdino da Silva Duda, José Vila Nova (pai do famoso Ivanildo), Natanael de Lima, Severino Borges Silva, entre outros grandes nomes já falecidos. Entre os vivos, vale citar José João dos Santos, o Mestre Azulão – paraibano radicado no Rio de Janeiro, um dos fundadores da feira de São Cristóvão - e Antônio Américo de Medeiros, potiguar estabelecido em Patos, Paraíba. Repentistas que se aventuram com sucesso pela literatura de cordel, apesar de raros nos dias atuais, existem. E gente do primeiro time: Geraldo Amâncio Pereira, apresentador do programa televisivo Ao Som da Viola, pela TV Diário; Sebastião Marinho, presidente da União dos Cordelistas, Repentistas e Apologistas do Nordeste – UCRAN, sediada em São Paulo; e Zé Maria de Fortaleza, para ficar em alguns poucos mas significativos nomes.
Então, tiremos de uma vez por todas a dúvida: repentista não é cordelista, e cordelista não é repentista. Repentista pode ser cordelista, e vice-versa. Mas não é regra. Quando a literatura de cordel, ou de folhetos, estava engatinhando e tomando forma, no tempo do poeta maior Leandro Gomes de Barros (1865-1918), viviam, na região do Teixeira, Paraíba, afamados cantadores, como Inácio da Catingueira, Romano da Mãe d’Água e o próprio Pirauá. Havia uma presença mais marcante da oralidade, pois, nesse tempo, eram poucos os alfabetizados. Mas, nas raras horas de ócio, as pessoas se reuniam em torno de alguém que soubesse ler, e se deleitavam com os romances fenomenais do Mestre Leandro: O Cachorro dos Mortos, Os Sofrimentos de Alzira, A Força do Amor, O Boi Misterioso.
A edição e comercialização da literatura de cordel atingiram um alto grau de profissionalismo com João Martins de Athayde, poeta paraibano estabelecido no Recife, e com Francisco Lopes, pernambucano levado pela onda migratória a Belém do Pará, onde dirigiu a lendária Guajarina. Outros editores que aperfeiçoaram o comércio do cordel foram José Bernardo da Silva, sucessor de Athayde, em Juazeiro do Norte, João José da Silva, com a Luzeiro do Norte em Recife e Manoel Camilo dos Santos, que pontificou entre Guarabira e Campina Grande. Outros nomes dignos de nota são José Alves Pontes (Guarabira), Joaquim Batista de Senna, paraibano que fez história no Ceará, e Manoel Caboclo, estabelecido com sua folhetaria Casa dos Horóscopos em Juazeiro.
Em São Paulo desde os anos de 1910 existia a Tipografia Souza, fundada pelo imigrante português José Pinto de Souza. Em 1950, desta tipografia surgiu a Editora Prelúdio, já dirigida pelos irmãos (adotivos) Arlindo Pinto de Souza, filho de José, e Armando Lopes. Dois anos depois, a editora publicaria seu primeiro cordel no formato que a consagrou, com capa em policromia e tamanho maior que os publicados no Nordeste (13,5X18). Era um romance chamado O Amor que Venceu, de Antônio Soares de Maria. Um dramalhão muito ruim, diga-se. No mesmo período, o ex-garimpeiro e poeta popular baiano Antônio Teodoro apresenta alguns originais à editora. Teodoro escrevia sobre tudo, para todos. Seu cordel Vida e Tragédia do Presidente Getúlio Vargas, de 1954, escrito após o suicídio de Getúlio vendeu, na primeira edição, impressionantes 260 mil exemplares. Começa o período áureo da literatura de cordel fora do Nordeste.
Entretanto o tempo, os problemas econômicos, o êxodo rural e a escassez de bons poetas, após a geração que vai até a década de 1940 (Enéias Tavares dos Santos, João Firmino Cabral, Manoel Monteiro, João Lucas Evangelista, Mestre Azulão, Cícero Viera, entre outros) fizeram com que as trombetas fúnebres, na década de 1980, decretassem a morte do cordel.
A Editora Luzeiro, sucessora da Prelúdio, foi a única a sobreviver às crises e seguiu imprimindo os clássicos do gênero sob a orientação abalizada de Manoel D’Almeida Filho. Em 1990, Arlindo Pinto vende a editora à firma dos Irmãos Nicoló, e a Luzeiro passa por um período de dificuldades, no mesmo período em que morre Manoel D’Almeida Filho, amargurado ante o futuro incerto da editora e da própria literatura de cordel. Hoje, Gregório Nicoló é o único proprietário, e a Luzeiro, superando os problemas, renova as suas publicações, mantendo os títulos tradicionais, ainda com boa aceitação popular.
Nos anos de 1990, surge no Ceará uma nova geração de poetas populares, capitaneada por Klévisson Viana, que fundaria, em Fortaleza, a Editora Tupynanquim. Klévisson, juntamente com seu irmão Arievaldo Viana, Rouxinol do Rinaré (nome de guerra de Antônio Carlos da Silva), Evaristo Geraldo, José Mapurunga e outros valores daquele estado restituíram à Fortaleza a tradição que teve nos poetas editores Moisés Matias de Moura, Luís da Costa Pinheiro e Joaquim Batista de Sena, firmes baluartes tempos atrás.
No Rio Grande do Norte há pelo menos duas editoras em atividade: a Queima-Bucha, de Mossoró, dirigida por Gustavo Luz, que publica textos de Antônio Francisco, Luiz campos e Arievaldo Viana, entre outros; e a Chico Editora, de Parnamirim, Grande Natal, com direção do poeta Izaias Gomes de Assis, que é, também, professor e teólogo.
No Rio de Janeiro, Gonçalo Ferreira da Silva, cearense de Ipu, poeta com raízes eruditas e populares, concebeu e deu vida à Academia Brasileira de Literatura de Cordel, a ABLC, em 1988. Na ata de fundação, nomes históricos da literatura de cordel emprestam seu prestígio à entidade. A Academia acabou se fundindo com a Casa de Cultura São Saruê, criada pelo General Umberto Peregrino, e incorporou ao seu acervo raridades hoje à disposição de estudiosos e entusiastas. Outras entidades espalhadas pelo Brasil continuam a luta encampada por Rodolfo Coelho Cavalcante (1919-1987), maior liderança da história do cordel, responsável pelo Primeiro Congresso de Trovadores e Repentistas, realizado em Salvador, em 1955.
Os maiores sucessos são os eternos clássicos O Pavão Misterioso (José Camelo de Melo Rezende), A Chegada de Lampião no Inferno (José Pacheco), As Proezas de João Grilo (João Ferreira de Lima) e A Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum (Firmino Teixeira do Amaral). Lampião é a personagem histórica de maior projeção, e sua popularidade resiste à era digital. O maior romance ainda é O Direito de Nascer, de Manoel D’Almeida Filho, com 719 sextilhas. No formato livro, ressalve-se.
É nesse formato que o cordel está chegando a um outro público, além do tradicional. Em São Paulo, no ano de 2008, a editora Nova Alexandria lançou, sob minha coordenação, a Coleção Clássicos em Cordel, com releituras de obras clássicas por cordelistas respaldados. Já foram impressos O Corcunda de Notre-Dame, de João Gomes de Sá, e Os Miseráveis, de Klévisson Viana. Ambas adaptações de obras famosas do escritor francês Victor Hugo. Outros títulos estão a caminho.
Ilustrações
A ilustração não nasceu com o cordel. Antes eram usadas as chamadas “capas cegas”, sem qualquer ilustração. A xilogravura é um fenômeno relativamente recente, apesar de ter sido usada em 1907, na ilustração de uma capa de um folheto de Francisco das Chagas Batista enfocando Antônio Silvino. Fato isolado. Os desenhos e os clichês de cartões postais e com fotos de artistas de Hollywood eram os preferidos dos editores, a começar pelo lendário Athayde. A xilogravura nunca teve ampla aceitação no meio popular, mas a Academia a adotou como a ilustração por excelência dos folhetos de cordel.
A bem da verdade, diga-se: a xilogravura é a ilustração mais característica, mas não a única. A essência de um bom cordel está no texto e não na capa, no vestuário. O cordel (texto e ilustração) evoluiu, e nenhum poeta ou editor antenado abre mão da tecnologia para oferecer ao público edições bem cuidadas. Sem esquecer a tradição, sem desprezar a modernidade. O cordel, por conta disso, chega vivo e com fôlego ao século XXI.
A bem da verdade, diga-se: a xilogravura é a ilustração mais característica, mas não a única. A essência de um bom cordel está no texto e não na capa, no vestuário. O cordel (texto e ilustração) evoluiu, e nenhum poeta ou editor antenado abre mão da tecnologia para oferecer ao público edições bem cuidadas. Sem esquecer a tradição, sem desprezar a modernidade. O cordel, por conta disso, chega vivo e com fôlego ao século XXI.
Mais informações e dicas você encontra em http://www.cordeldobrasil.com.br/site/index.html
Beijos;
Grazi
quinta-feira, 30 de maio de 2013
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Artigo bem interessante sobre a utilização dos blogs na Educação
Blogs na Educação: Blogando algumas possibilidades pedagógicas
Adriana Ferreira Boeira
afboeira@ucs.br
Tecnóloga em Processamento de Dados/UCS, Pedagoga Anos Iniciais do Ensino
Fundamental - Crianças, Jovens e Adultos/UERGS, Especialista em Informática na
Educação, Aluna Especial do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDUUCS),
Professora da Rede Particular de Ensino de Vacaria e Auxiliar do Laboratório de
Informática da UCS/Campus de Vacaria.
Resumo
Este artigo apresenta os resultados da pesquisa realizada no Curso de
Especialização em Informática na Educação da Universidade de Caxias do Sul, sobre a
utilização de blogs na educação. Sustentada pela pesquisa bibliográfica em diferentes
fontes define o que são blogs e apresenta como os blogs funcionam; apresenta a
utilização de blogs como recurso ou como estratégia pedagógica na educação. Além
disso, através de observações das aulas e análises da utilização do blog
http://informaticaeducativacsj.blogspot.com/, blog utilizado como planejamento,
registro e divulgação das aulas realizadas no laboratório de informática com alunos da
Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental numa escola particular de
Vacaria, no período de março a novembro de 2007, descreve a forma como é utilizado o
laboratório de informática com estes alunos nesta escola particular e de que forma
ocorre o planejamento das aulas realizadas no laboratório de informática. Neste sentido,
a pesquisa traz importantes contribuições sobre as utilizações de blogs na educação e
pretende servir como referencial teórico e estímulo para posteriores estudos e
investigações sobre a utilização dos blogs na educação.
Palavras-chave:
educação, informática, blog
Título: Blogs na Educação: Blogando algumas possibilidades pedagógicas
Introdução
A palavra blog vem da abreviação de weblog - web (tecido, teia, também usada
para designar o ambiente de internet) e log (diário de bordo, registro). É um diário online
que permite que os usuários registrem diversos conteúdos que ficam disponíveis em
ordem cronológica, com a vantagem de que possibilita um espaço para comentários dos
leitores.
Cresce a cada dia a utilização dos blogs nas mais diversas áreas, inclusive na
educação. Portanto, o tema se impõe pela atualidade, pois muito se tem discutido sobre
a importância e a validade das novas tecnologias de informação e comunicação (NTics),
especialmente as que envolvem acesso à internet. A escola, principalmente as que
possuem acesso à internet, não podem fazer de conta que os blogs não existem. Mas
mais do incluir a utilização dos blogs na educação, é necessário refletir sobre as suas
possibilidades pedagógicas.
Desta forma, este artigo apresenta os resultados da pesquisa realizada no Curso
de Especialização em Informática na Educação da Universidade de Caxias do Sul, sobre
a utilização de blogs na educação que buscou respostas ao problema: De que forma
podemos utilizar o potencial pedagógico dos blogs?
O artigo não pretende comparar as ferramentas disponíveis nos diversos sistemas
de blog, mas alerta para a importância de se conhecer os diferentes sistemas de blog e
comparar as ferramentas disponíveis antes de criar um blog, além de ler os termos de
serviço, que tratam de questões como a responsabilidade pelo uso do serviço.
Assim sendo, este artigo está organizado em três tópicos. O tópico 1, Blog:
definição e funcionamento, define o que são blogs e descreve como criar, administrar e
como funcionam. O tópico 2, intitulado Blog: algumas possibilidades pedagógicas,
apresenta a utilização de blogs como recurso ou como estratégia pedagógica na
educação. O tópico 3, Blog: planejamento, registro e avaliação, apresenta os resultados
das observações das aulas de informática educativa e análises da utilização do blog
“Informática Educativa” no período de março a novembro de 2007. Blog utilizado como
alternativa para planejamento, registro e divulgação das aulas realizadas no laboratório
de informática com alunos da Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino
Fundamental numa escola particular de Vacaria, visto que não era realizado o
planejamento e registro destas aulas anteriormente. Relata de que forma é utilizado o
laboratório de informática com os alunos das séries iniciais do ensino fundamental nesta
escola particular; descreve de que forma ocorre o planejamento das aulas realizadas no
laboratório de informática.
Embasamento Teórico/Corpo
1. Blog: definição e funcionamento
Encontram-se várias definições sobre blogs, entre elas, a definição de Inagaki
(2005, p.1) “é um site regularmente atualizado, cujos posts (entradas compostas por
textos, fotos, ilustrações, links) são armazenados em ordem cronologicamente inversa,
com as atualizações mais recentes no topo da página”.
Segundo Mantovani (2005, p.12), “weblog ou simplesmente blog, é um tipo de
publicação on-line que tem origem no hábito de alguns pioneiros de logar (entrar,
conectar ou gravar) à web, fazer anotações, transcrever, comentar os caminhos
percorridos pelos espaços virtuais”.
Para iniciar um blog é necessário escolher um site que ofereça o serviço de
publicação na web. A maioria dos serviços é gratuita e oferece recursos para escrever
como se estivesse usando um editor de textos, não exigem nenhum tipo de
conhecimento técnico especializado sobre as linguagens de programação para construir
páginas na internet. Ao cadastrar-se em um desses serviços, cria-se um endereço para o
blog e um layout. Os próprios serviços oferecem alguns modelos (templates) préconfigurados,
que podem ser alterados posteriormente.
Entre os sistemas de Blog disponíveis em português estão Blig -
http://www.blig.ig.com.br, Blogando.net - http://www.blogando.net, Blogger (br) -
http://www.blogger.com.br, Blog Sapo - http://www.blogs.sapo.pt - (Portugal), Blog-se -
http://www.blog-se.com.br, Blog Terra - http://blog.terra.com.br, Blog Tok -
http://www.blogtok.com, Blog TrixNet - http://www.blog.trix.net, Click 21 My Blog -
http://www.myblog.com.br, NireBlog - http://www.nireblog.com/pt - (Portugal), Pop
Blog - http://www.pop.com.br/popblog, UOL Blog - http://www.blog.uol.com.br,
Windows Live Spaces - http://www.spaces.live.com/?mkt=pt-br.
O blog Informática Educativa http://informaticaeducativacsj.blogspot.com/,
objeto da pesquisa, foi criado no sistema Blogger https://www.blogger.com/start?hl=pt-
BR Figura1. Através do serviço gratuito Blogger, criado em 1999, é possível criar blogs
facilmente em diversos idiomas. Em 2002, o Blogger foi vendido para o Google, desta
forma, para criar um blog neste serviço é necessário ter uma conta no Google.
Após criar o blog pode-se criar e editar o post (que são cada um dos textos
inseridos em um blog). Para editar o post basta dominar as ferramentas de edição de
texto. Os post são apresentados de forma cronológica. É possível editar as postagens
existentes em cada blog e alterar, corrigir, acrescentar informações e excluir
publicações.
O Blogger oferece uma série de templates (formato da página). É possível alterar
o template futuramente ou até criar um inteiramente novo caso o administrador domine
a linguagem HTML. O sistema Blogger possibilita que o usuário crie e administre um
número ilimitado de blogs. Através do Painel, o autor do blog tem acesso à lista de
todos os blogs em que participa tanto como autor quanto como administrador.
Diariamente são criados milhares de blogs nos mais diversos idiomas e com os
mais variados temas, inclusive educacionais. Assim, professores e alunos de todos os
níveis de ensino descobrem na criação de blogs uma outra forma de aprender, de
ensinar, de informar, de conhecer, de compartilhar, de publicar, de comunicar. Como
afirma Lévy (1993, p.7) “novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo
elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática”.
Nesta perspectiva, define-se blog como muito mais que ambientes onde são
publicadas informações (textos, vídeos, imagens), comentários e indicações de links,
considera-se um ambiente que possibilita debates de idéias independentes da localização
das pessoas, estimulando à comunicação, a democratização de idéias, de informações e
conhecimentos com liberdade de expressão.
2. Blog: algumas possibilidades pedagógicas
O blog é um importante instrumento de comunicação, interação e
compartilhamento de idéias, informações e conhecimentos de forma colaborativa, e por
estas características, torna-se uma importante ferramenta que pode ser explorada
potencialmente na área educacional. Acredita-se que, ao considerar o blog como
ambiente virtual de aprendizagem, a aprendizagem neste ambiente não pode ser passiva.
Os alunos não devem ser apenas responsáveis pela sua conexão, mas também devem
contribuir com o processo de aprendizagem, pois aprender é um processo ativo, do qual
Figura 1: Página inicial do sistema Blogger.
tanto professor quanto aluno devem participar.
Segundo Soares e Almeida (2005, p. 3):
Um ambiente de aprendizagem pode ser concebido de forma a romper com as
práticas usuais e tradicionais de ensino-aprendizagem como transmissão e
passividade do aluno e possibilitar a construção de uma cultura informatizada
e um saber cooperativo, onde a interação e a comunicação são fontes da
construção da aprendizagem.
Assim sendo, cabe ao professor apropriar-se das novas tecnologias de
informação e comunicação (NTics) refletindo sobre suas possibilidades, propondo
atividades e estratégias diferenciadas ao utilizar os blogs. Os blogs estão sendo
explorados por alunos e professores e a cada dia surgem formas diferentes de utilizá-lo:
podem ser utilizados como um recurso pedagógico ou como uma estratégia pedagógica.
Gomes e Lopes (2007, p. 121) apresentam uma representação esquemática da
exploração dos blogs como recurso ou como estratégia pedagógica Figura 2.
Figura 2: Representação esquemática da exploração dos blogs como recurso ou como
estratégia pedagógica.
O que diferencia o blog utilizado como um recurso pedagógico do blog utilizado
como uma estratégia pedagógica são as atividades e estratégias propostas no ambiente e
o papel assumido pelo professor e pelos alunos.
Ressalta-se que as estratégias e atividades propostas pelos professores,
independente do ambiente (sala de aula, laboratório de informática ou ambiente virtual
de aprendizagem) e ou recursos que utiliza (giz, livro, computador...) vão depender da
Epistemologia, da sua concepção de aprendizagem, conhecimento e aluno, que apóia
sua prática.
A utilização de blogs como recurso ocorre quando é utilizado como um depósito
de informações, onde os alunos assumem um papel receptivo e o professor ativo,
disponibilizando links, materiais de aula e conteúdos selecionados que devem ser
consultados pelos alunos na sua disciplina. Nesta perspectiva o professor assume uma
Blog como
estratégia
Blog como
recurso
Professor ativo
Aluno receptivo
Aluno ativo
Professor receptivo
Depósito de conteúdos selecionados
pelo professor contendo links, sínteses
de conteúdos, propostas de atividades
Depósito de conteúdos e links
selecionados pelo professor,
consultados e comentados pelo aluno
Depósito de conteúdos pesquisados e
selecionados pelo aluno contendo
links, sínteses e reflexões pessoais de
conteúdo pelo aluno, sendo visitado e
comentado pelo professor
posição mais diretiva, onde impõe os conteúdos e fontes de pesquisa e o aluno assume
um papel de mero receptor de informações.
Do mesmo modo, existem blogs utilizados na educação que vão além da
exposição de conteúdos e indicação de links e conteúdos. São os blogs que abrem
espaço para os comentários e exposições de idéias dos alunos. Desta forma, os alunos
podem refletir sobre os conteúdos estudados e links acessados e a partir daí, comentar
no blog sua reflexão, opinião, entendimento, dúvidas e sugestões sobre o assunto tratado
tendo como finalidade possibilitar uma troca de opiniões sobre determinado assunto.
Gomes e Lopes (2007, p. 124) ainda oferecem uma representação esquemática
dos principais tipos de explorações pedagógicas dos blogs, quer numa perspectiva
essencialmente como “recurso”, a disponibilizar aos alunos, quer como “estratégia
pedagógica”, funcionando como suporte e interface tecnológico para diversas atividades
de aprendizagem Figura 3.
Figura 3: Representação esquemática das explorações educacionais dos blogs, centradas
na vertente de “recurso pedagógico” e na vertente de ”estratégia pedagógica”.
Mas o blog pode ir além da exposição de conteúdos, indicação de links e
comentários dos alunos. O professor poderá convidar seus alunos para que participem
junto com ele como autores do blog. Assim, os blogs permitem uma construção coletiva
que valoriza a interação e a linguagem, para o desenvolvimento dos alunos. Conforme
Vygotsky, apud Mantovani (2005, p. 12):
A colaboração entre pares ajuda a desenvolver estratégias e habilidades gerais
de solução de problemas pelo processo cognitivo implícito na interação e na
comunicação. A linguagem é fundamental na estruturação do pensamento,
sendo necessário para comunicar o conhecimento, as idéias do indivíduo e
para entender o pensamento do outro envolvido na discussão ou na
conversação. O trabalho em colaboração com o outro, enfatiza a zona de
desenvolvimento proximal (ZDP) que é “algo coletivo” porque transcende os
limites dos indivíduos. A aprendizagem acontece através do
compartilhamento de diferentes perspectivas, pela necessidade de tornar
explícito seu pensamento e pelo entendimento do pensamento do outro
mediante interação oral ou escrita.
Após assumirem a autoria coletiva de um blog, os professores também podem
BLOG COMO
RECURSO
PEDAGÓGICO
BLOG COMO
ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
Blog como
espaço de
intercâmbio e
colaboração
Blog como
espaço de
simulação e/ou
debate
Blog como
espaço de integração e
comunicação
Blog sob a forma de
depósito de informação
pesquisada, sintetizada e
comentada pelo professor
Blog como
porte fólios digitais ou diários de
aprendizagem
Blog de fontes externas às escolas,
de informação temática relevante,
reconhecidos como válido pelos
professores
desafiar seus alunos a criarem e administrarem seus blogs, possibilitando que os alunos
explorarem os blogs dos colegas e conheçam um pouco mais de seus interesses. Estes
blogs também podem ser criados a partir das perguntas sobre os assuntos que os alunos
tenham interesse em pesquisar, não direcionando a um conteúdo específico em que
todos pesquisam nas mesmas fontes.
Uma outra proposta de atividade pode ser a criação de um “Blogquest”, que é
uma adaptação, seguindo a mesma estrutura das “Webquest”, criadas em 1995 pelo
norte-americano Bernie Dodge, da Universidade de San Diego (Califórnia), que se
propõe a ser um instrumento para tornar mais efetivas as pesquisas na internet, com
fundamento em aprendizagem cooperativa e processos investigativos na construção do
saber. Assim, os professores realizam o planejamento de algumas aulas referentes ao
assunto escolhido, adicionam links para outros blogs, deixando o blogquest pronto para
ser utilizado com seus alunos, com Introdução, Tarefa, Recurso, Avaliação e Conclusão
Figura 4.
Acredita-se que este é um grande desafio. O desafio de explorar as infinitas
informações disponíveis na web e transformá-las em conhecimento. Para que isso
aconteça, sabe-se que apenas ter acesso à informação não garante conhecimento. É
necessário agir cognitivamente sobre as informações que tenho acesso: Qual foi o meu
entendimento? As informações que estão disponíveis são verdadeiras? Qual é o meu
posicionamento crítico sobre o assunto? De que forma vou comunicar as minhas
conclusões?
A exploração de blogs nesta perspectiva, transforma-o em mais do que um
recurso pedagógico, mas numa estratégia de ensino-aprendizagem em que o papel do
professor é fundamental. Os alunos não agem apenas como meros receptores de
informações e cabe ao professor mediar o processo em que os alunos realizam
atividades de pesquisa, seleção, análise, síntese e publicação de informação. Enfim,
processo em que os alunos utilizam as estruturas mentais existentes para trabalhar as
novas informações e a partir desta reflexão-ação modificar suas estruturas e construírem
seu conhecimento.
Figura 4: Blogquest História. Disponível em http://blogquestinicio-made.blogspot.com/.
Acesso em: 09 jun.2008.
3. Blog: planejamento, registro e avaliação
Uma das propostas da pesquisa foi analisar a utilização do blog “Informática
Educativa” Figura 5. As aulas realizadas no laboratório de informática até a criação do
blog não eram planejadas e registradas. As turmas eram conduzidas pelas professoras
até o laboratório; a professora responsável pelo laboratório questionava os alunos sobre
o assunto que estavam trabalhando em sala de aula e em seguida definia sua estratégia
de aula: deixava o acesso livre para algum site que tratasse do assunto que estavam
estudando na sala de aula ou jogos instalados no computador.
Para superar este problema, a professora responsável pelo laboratório de
informática passou a preencher um Plano de Aula (objetivos, estratégias, recursos e
avaliação). Além do registro no plano de aula, a professora responsável pelas aulas
começou a utilizar o blog “Informática Educativa” para planejamento, registro e
divulgação das aulas realizadas no laboratório de informática com alunos da Educação
Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental.
As aulas no laboratório de informática com alunos da Educação Infantil e séries
iniciais Ensino Fundamental eram realizadas quinzenalmente e tinham duração de 40
minutos, sendo que as todas as aulas (atividades e estratégias) eram planejadas pela
professora responsável pelo laboratório. Normalmente, a maioria das professoras
acompanhava seus alunos até a porta do laboratório de informática e voltavam para suas
salas de aula para corrigirem os trabalhos feitos por alunos e seus cadernos. Às vezes,
ficavam numa sala ao lado do laboratório realizando estas atividades. Também
aproveitavam o tempo desta aula para agendar conversas com pais dos alunos. Na
maioria das vezes, ao término da aula no laboratório, as professoras retornavam para
conduzir seus alunos à sala de aula. A professora responsável pelo laboratório
aproveitava este momento para questionar o que estavam estudando na sala de aula,
para adequar suas aulas posteriores às necessidades de cada turma.
Figura 5: Blog “Informática Educativa”. Disponível em
http://informaticaeducativacsj.blogspot.com/. Acesso em: 07 jan.2008.
Uma outra estratégia utilizada pela professora responsável pelas aulas realizadas
no laboratório de informática, para saber os conteúdos que cada turma estava estudando,
era visitar o setor de mecanografia da escola, onde verificava os conteúdos trabalhados
pelas turmas através das folhas xerografadas e mimeografadas. Também questionava os
professores sobre os conteúdos trabalhados nos encontros durante a entrada e o recreio.
Acredita-se que a utilização do blog foi um grande avanço e que alcançou o
objetivo proposto, pois superou o problema da falta de planejamento, registro e
avaliação das aulas realizadas no laboratório de informática. Além disso, promoveu uma
valorização e ressignificação das aulas realizadas no laboratório de informática e do
próprio laboratório, que antes era considerado um local exclusivamente de diversão,
com acesso livre a jogos. A partir da criação do blog, dos planejamentos e divulgação
das aulas realizadas no laboratório de informática, direção, professores, pais e alunos
foram apresentados a uso pedagógico das NTics, percebendo suas potencialidades e
limites.
Desta forma, a pesquisa apresenta todas as atividades desenvolvidas no período
de março a novembro de 2007, mas não pretende avaliar especificamente todas as
atividades desenvolvidas. De uma forma geral, nota-se que todas as atividades
desenvolvidas foram criadas considerando a idade, o nível de desenvolvimento dos
alunos e os conteúdos que estavam sendo trabalhados na sala de aula com as professoras
titulares. A maioria das atividades, apesar de aparentarem que os alunos apenas
respondiam atividades, de uma forma ou de outra, propiciaram aprendizagens. Isto pode
ser percebido, ao analisar as primeiras atividades dos alunos quando digitavam seus
nomes com letras minúsculas e nas últimas atividades já digitavam corretamente, pois
no decorrer das aulas, descobriram as funcionalidades das teclas caps lock e shift, por
exemplo. Todos os arquivos desenvolvidos nas aulas realizadas no laboratório de
informática foram salvos e no final do ano foram gravados num CD. A idéia de registrar
todas as atividades desenvolvidas pelos alunos no laboratório de informática tinha o
propósito de acompanhar o progresso dos alunos.
Considera-se esta uma grande conquista, visto que antes não havia preocupação
em desenvolver atividades considerando a idade, o nível de desenvolvimento dos alunos
e os conteúdos que estavam sendo trabalhados na sala de aula com as professoras
titulares. É evidente que algumas atividades foram mais diretivas, até mesmo pelo
pouco tempo das aulas. A professora já esperava os alunos com todas as atividades
expostas no monitor. No final da aula, a professora tinha cinco minutos para salvar os
arquivos e disponibilizar as atividades para a próxima turma. No final do ano, os alunos
que dominavam a leitura e escrita já salvavam seus arquivos.
Acredita-se que se realizou uma mudança significativa importante para que
posteriormente possam ser desenvolvidas atividades que propiciem a participação mais
ativa dos alunos; ao invés dos alunos encontrarem as palavras nas caça-palavras, os
próprios alunos poderiam criar suas caça-palavras, por exemplo, e também abrir, criar e
salvar seus arquivos.
Constata-se que houve uma boa participação dos alunos e pais nas atividades do
blog que envolveram sua participação, também no mural de recados e bate-papo.
Através de observações das aulas, relatos dos professores e manifestações dos alunos no
mural de recados do blog constatam-se a alegria e entusiasmo das turmas em participar
das aulas no laboratório de informática.
Uma dificuldade observada foi a não participação das professoras titulares
durante as aulas realizadas no laboratório de informática. Uma alternativa para superar
este problema é promover a capacitação dos professores para a utilização deste
ambiente e documentar um projeto que fundamente o trabalho pedagógico, que venha a
ser desenvolvido na escola, com apoio das NTics. Através deste documento, equipes
pedagógicas, equipes administrativas e alunos, encontrariam orientações que
regulamentariam o trabalho a ser operacionalizado no laboratório de informática da
escola.
A professora responsável pelas aulas realizadas no laboratório de informática até
apresentou a direção um projeto para a utilização do laboratório de informática e um
programa de capacitação dos professores em informática educativa. O programa de
capacitação dos professores seria desenvolvido em dois sábados por mês no período de
março a dezembro de 2008, das 8h às 11h. O programa de capacitação também previa a
observação e participação dos professores nas aulas realizadas no laboratório de
informática.
No programa do curso de capacitação estavam previstas além de oficinas
pedagógicas sobre editores de texto, planilhas eletrônicas, slides de apresentação, blog,
internet, análise de software educativo e orientação e desenvolvimento de projetos de
informática educativa também a reflexão sobre a importância do acesso às NTics no
processo educacional e estudo das posições de diversos pesquisadores em informática
educativa, para fundamentar o processo ensino-aprendizagem, tendo o computador
como um dos mediadores do ambiente de aprendizagem.
Infelizmente, tanto a proposta do projeto que fundamentava o trabalho
pedagógico com apoio das NTics, quanto o programa de capacitação dos professores
ficou apenas no papel. A maioria dos professores por atuarem em outras escolas,
considerou impossível a conciliação dos trabalhos com o curso de capacitação e assim a
direção decidiu não promover o curso, ao verificar que não haveria participação da
maioria das professoras.
Conclusões e Propostas
Através da pesquisa foi possível identificar e caracterizar algumas práticas
existentes nos blogs servindo como referencial teórico e estímulo para posteriores
estudos e investigações sobre a utilização dos blogs na educação.
Contata-se e ressalta-se que a utilização dos blogs na educação, as estratégias e
atividades propostas pelos professores através dos blogs, vai depender principalmente
da Epistemologia do professor, da sua concepção de aprendizagem, conhecimento e
aluno, que apóia sua prática.
Destaca-se que entre as várias possibilidades da utilização dos blogs na educação
estão:
- Blog de fontes externas às escolas, de informação temática relevante,
reconhecidos como válido pelos professores;
- Blog sob a forma de depósito de informação pesquisada, sintetizada e
comentada pelo professor;
- Blog como portefólios digitais ou diários de aprendizagem;
- Blog como espaço de intercâmbio e colaboração;
- Blog como espaço de simulação e/ou debate;
- Blog como espaço de integração e comunicação.
Aponta-se apenas algumas das utilizações dos blogs na educação, pois os blogs
continuam sendo explorados e a cada dia surgem novas formas de explorar seus
recursos e potencialidades. Neste aspecto, destaca-se que cabe ao professor apropriar-se
das NTics refletindo sobre suas possibilidades, propondo atividades e estratégias
diferenciadas ao utilizar os blogs. Ainda, a importância da criatividade,
comprometimento e formação do professor para utilizar e explorar os recursos
disponíveis e suas potencialidades, valorizando o papel ativo dos alunos no processo de
aprendizagem.
Para finalizar, reafirma-se a necessidade de ampliar o espaço para discussão
desta temática, entre os trabalhos que podem seguir em decorrência do estudo aqui
realizado estão:
- Realizar um novo experimento, no qual se pudesse investigar a aprendizagem
dos alunos utilizando s blog como ambiente de aprendizagem. Isso poderia ser feito
comparando-se resultados da turma experimental com outra que não participasse do
experimento;
- Investigar novas utilizações dos blogs como recurso e como estratégia
pedagógica, que pudessem ser aplicadas e testadas investigando a eficácia do ambiente
na motivação e aprendizagem dos alunos.
Referências
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https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/4499/1/Blogs-final.pdf. Acesso em:
25 nov. 2007.
GOMES, Maria João; LOPES, António Marcelino. Blogues escolares: quando, como e
porquê? Disponível em
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6487/1/gomes2007.pdf. Acesso
em: 25 nov. 2007.
INAGAKI, Alexandre. Blogo, logo existo. Disponível em
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1644. Acesso em: 19
maio 2008.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da
informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
MANTOVANI, Ana Margô. Weblogs na Educação: Construindo Novos Espaços de
Autoria na Prática Pedagógica. Disponível em
http://www.tise.cl/archivos/tise2005/02.pdf. Acesso em: 15 dez. 2007.
SOARES, Eliana Maria do Sacramento; ALMEIDA, Cláudia Zamboni. Interface
gráfica e mediação pedagógica em ambientes virtuais: algumas considerações.
Disponível em
http://ccet.ucs.br/pos/especializa/ceie/ambiente/disciplinas/pge0946/material/biblioteca/
sacramento_zamboni_conahpa_2005.pdf. Acesso em: 14 dez. 2007.Retirado de: http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/revista/a1n1/art10.pdf
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